14 July 2011

Desabafo das quatro da manhã.

Não consigo explicar muitas das minhas atitudes... Talvez por não as entender. Tal como não entendo tanta coisa neste mundo. Esta volta no estômago que me dá por vezes, e me faz sentir vontade de chorar, mas não mo permite. Não entendo. Tantas perguntas, e tão poucas respostas. Não conseguia dormir, por isso fui buscar o meu computador e pus-me a escrever. Sinto-me vandalizada, sinto-me atropelada, sinto-me sem forças. Tenho tanta coisa para dizer.
Por vezes sinto que só cometo erros, e olho à minha volta e a minha vida é tão pequena ao pé de tudo isto. Sinto que cada passo que dou, é cada tiro que dou em mim própria. Tomo decisões, e não sei, não me sinto correcta nem errada. Só sinto isto, que afirmei, que não sei dar-lhe nome, este vazio incómodo, pois ao pé do mundo nada sou. E só a minha vida já gera tanta confusão. Odeio confusões. Talvez por ter crescido rodeada delas... Gostava de poder ganhar asas e fugir daqui, para um sitio sem perguntas. E vou eu para psicóloga... Reflexões, reflexões, reflexões, e não param. E o pior disto tudo, é que ao contrário de toda a gente, a pessoa que mais me julga, sou eu própria. Porque nunca me sinto o suficiente. Quero mais, e mais, e mais, e como não alcanço choro. E volto a ganhar forças e a tentar, e falho, falho, falho. Se calhar sou mesmo só isso, um erro. Um erro com quase 18 anos de vida e suposta aprendizagem, mas um erro. Um erro que parece não se corrigir.
Acabo por exigir demasiado de quem está à minha volta por me sentir tão errada, mas como tudo em mim é uma dicotomia, acabo por me achar sempre certa. E sim, é um defeito, defendo as minhas teses até ao fim, não paro enquanto não consigo o que quero. Porque é que a vida tem de me dar esta volta ao estômago? Sinto-me tão bem, e de repente, como que saído do nada lá vem esta sensação. Esta vontade de chorar sem lágrimas. Cheguei à conclusão de que sou uma desilusão para mim mesma. Tudo o que prometi a mim mesma está por fazer, ou já desisti há muito. Os sonhos de que tanto falo, fujo deles, como quem foge da morte, por medo de errar, de não ser suficientemente boa. Quero aproveitar a minha vida e não sei bem como. E tudo isto tem a ver com o passado, claro. Eu não quero ser como ela, não quero. E recuso-me. E por favor, vocês, que assistem de fora, e nada sabem, não julguem. Por detrás de uma mente selvagem está sempre um passado triste, revoltoso, marcante. E o meu marcou-me mais que qualquer tatuagem. Talvez não valha mesmo a pena tentar, talvez ele tivesse razão. Talvez tenha de aprender a viver com isto.

01 July 2011

It's over. It's so over.

Acabou. Aquilo em que acreditava, o para sempre de que tanto falávamos. E não me podes acusar de ter desistido, depois de tudo aquilo que lutei. Mas já não aguentava. Logo tu, tu que me conheces tão bem, alteras o teu comportamento para o tipo de pessoas que desprezo. Tu não eras assim. Mas tu prometeste: ias mudar. Eu acreditei, e rezei com todas as minhas forças para que isso acontecesse. Porque sei que também tenho os meus defeitos, e sei que perdoaste muitas coisas minhas. Eu sei disso. Mas a partir de um ponto deixaste de querer saber, deixaste de olhar para mim com os mesmos olhos, deixaste de me beijar da mesma forma.
Senti que deixaste de me amar. Chorei noites, noites e noites, e o pior é que tu sabias. Pedi-te por tudo que não o fizesses. Assumi todos os meus erros, todos os meus defeitos, e pedi-te para que se não conseguisses aceitar-me assim para me deixares. Disseste que conseguias lidar com tudo isto. Mas os teus actos não correspondiam às palavras que saiam da tua boca, a mesma boca que eu beijava com tanto amor, e esperança. Fizemos tantas promessas, trocámos tantos textos, tantas palavras, que nunca irei esquecer.
Quando isto acabou, recusei-me a pôr um ponto final em tudo. Recusei-me porque depois de tanto tempo, apesar de ter perdido tanto do amor que tinha por ti, por atitudes que por vezes tinhas comigo, tivemos momentos tão bons. E por isso não quis desistir de tudo. Por ti, por tudo, por tudo o que passámos. Já estava tão habituada aos teus abraços, a tudo. Não achei que a separação fosse durar muito tempo... Mas as coisas que me disseste, eu sei que te disse coisas em tempos que fossem talvez erradas, mas nunca esperei ouvir aquilo de ti. Negar o que eu sempre senti por ti? Negar a veracidade dos meus sentimentos? Afirmar que não tinha mudado ou feito o que quer que fosse para ti? Que não prestava? Depois de tudo? A sério? Magoou-me, desculpa...
E estou aqui a admitir os meus erros. Eu fui má, exigi demasiado, quis demasiado de ti, fui chata, fui perfeccionista, fui exigente, não te respeitei, muitas vezes não te quis ouvir, e muitas vezes ignorei os teus pedidos.
Não fui perfeita, como tentei. Não consegui. Desculpa, e obrigado. Não te guardo rancor. Amei-te, foste das pessoas com mais significado na minha vida, e algo como o que nós tivemos não se esquece, independentemente daquilo que possas estar a pensar neste momento, vou-te ser sincera: não me interessa. E sabes porquê? Porque apesar de teres admitido os teus erros, não os reconheceste e não percebeste porque é que o meu sentimento desapareceu.
Mas eu penso que consigo entender, estás magoado. E sei que provavelmente não vais querer voltar a falar comigo. Isto acabou, acabou porque ambos temos coisas que não conseguimos esquecer ou perdoar, mas digo-te, aqui, perante o mundo, que espero que sejas muito feliz. Nós não resultamos, mas não anula o facto de tu seres um rapaz diferente, espectacular. Se calhar eu não fui boa o suficiente, e talvez por isso tenhas deixado de lutar. E tal como disseste na carta que me escreveste: "Desejo-te o melhor, para sempre." e é isso mesmo.
Só tenho a dizer que foste importante, independentemente daquilo em que queiras acreditar. Na tua mente eu não mando, apenas posso escrever. E se não voltarmos a falar, desejo-te a melhor vida.