30 November 2009

Coreografia do amor.


Movemo-nos em conjunto como dois iguais, os nossos corpos estão cheios de sentimento, e movem-se ao som da música. Sentimos um pequeno deslize no pensamento, o batimento do nosso coração acelera os nosso movimentos e paixão conjugados, as nossas cabeças começam a andar a roda, enroladas em memórias, recordações e na mais bela história de amor. Recordamos todos os momentos no passado e de repente perdemos toda a força que nos fazia continuar de pé, caimos no chão a relembrar o passado, e com saudades daquilo que já foi um maravilhoso conto de amor. Como que por magia do amor, paixão e sentimento que sentimos, o nosso corpo levita, e retornamos aos pensamentos, ao passado desse eterno amor. As nossas mãos tocam-se e o meu corpo roda influenciado pelo seu olhar, mas de repente, despertam também em mim as memórias e imagens guardadas de todos os momentos mãos, e sinto-me empurrada por todos os movimentos. Caio no chão, sem forças, indefesa, e as imagens de o ver lutar contra os erros do passado atingem o meu pensamento. Ele tenta combater o sentimento, mas é empurrado por um anjo que lhe tenta mostrar que o amor não desaparece assim. O amor existe, e há que lutar para obter aquilo que queremos.

É esta a coreografia que descreve um verdadeiro amor, a verdadeira paixão. Todos os toques, olhares, movimentos, pensamentos. A nossa alma está lá, e está concentrada naquilo que é, única e exclusivamente, atingir a perfeição.

27 November 2009

Também falho.

A minha voz está rouca como tudo, mal sinto as costas, só sinto as dores, mal consigo respirar, e tenho uma dor do peito que me prende o batimento do coração, as minhas pernas impedem a minha deslocação e gritam de cansaço, os meus braços recusam a erguer-se e choram de esforço cada vez que o faço, a minha garganta implora por descanso e o meu esófago arde-me de tanto tossir, sinto que a qualquer momento vou começar a tossir sangue, as minhas pálpebras pesam-me de sono, os meus ouvidos recusam-se a ouvir e exprimem uma dor que me penetra e atinge também a minha cabeça. Passei todo o dia assim, e assim vou continuar, os medicamentos não mudam nada. Mas mesmo assim continuo a sorrir, não podem dizer que não seja forte, aguento-me assim quase sem explicação ou apoio.

Eu continuo a sorrir, continuo porque o que me dói é o físico e não o interior. Por isso, sorrio. O meu interior está bem, e considero as dores físicas. Tendo também a agravante psicológica, quanto mais pensar nas dores, e em como me sinto mal, mais dores terei, e eu quero continuar a sorrir. É isso que é esperado, que eu seja forte para ultrapassar toda e qualquer dor. Eu tenho de ser de ferro e aguentar a dor que me consome e corrói por dentro, é só físico. E tento convencer-me disto mesmo, que a dor não afecta o meu estado de espírito, e cada vez acredito menos naquilo que digo a mim própria. Eu engano-me, de modo a poder enganar outras pessoas, e ser feita de ferro. Eu continuo a sorrir, porque é essa a minha missão, as dores são minhas e não de outra pessoa. Se eu não for de ferro, vou acabar por afectar a perfeição da harmonia daqueles que me rodeiam. Não posso, nem podemos, ser egoístas a este ponto.

Mas por outro lado, eu não posso fazer sempre aquilo que é esperado, posso fraquejar por momentos, cair, e ninguém me pode criticar pela minha maneira de agir ou pensar, eles não sentem o que eu sinto, não vêm como eu vejo, não conseguem entrar na minha cabeça, não pensam como eu penso. Hoje autorizo-me a ir um pouco a baixo e queixar-me daquilo que sinto, mas nem todos os dias é assim, nem todos os dias posso ir-me abaixo e fazer com que o resto do mundo venha comigo. As minhas teorias baseiam-se em querer manter todo o mundo com um sorriso, mas por vezes também falho, e ninguém me pode criticar. Deixem-me viver, e cair em erro, as vezes que forem necessárias.

Vou ou não vou? Faço ou não faço? Digo ou não digo? São decisões minhas, toma as tuas.

25 November 2009

Sem mentiras.

Vamos deixar-nos de mentiras, deixar-nos de caras tristes, quando na verdade nos apetece sorrir, deixar de sorrir quando na verdade nos apetece chorar. Meu Deus! Se tens vontade de chorar, chora! Se tens vontade de sorrir, sorri! Estou tão farta de ter de pensar mais de cinquenta vezes para entender realmente como é que a pessoa se sente. Deixem-se de filmes, e vivam. Não liguem ao que os outros dizem ou pensam. Sejam vocês mesmo. E eu sei que toda a gente se farta de dizer isso, mas nunca ninguém, ou muito poucos o fazem. Acabem com a falsidade. Se amas alguém, se neste preciso momento estás a ler isto e estás a pensar nessa pessoa que amas mas com a qual não estás, diz-lhe que a amas. Exprime-te, diz-lhe o que sentes. Nós só temos uma vida, e se não nos exprimirmos... Adiante, como é que conseguem viver assim? Sem dizer o que sentem? É por isso que eu olho a minha volta e vejo uma mancha de cabeças presas, em pensamentos, memórias, arrependimentos, tudo porque não tiveram a coragem para falar. Eu admito, eu não estou feliz neste momento, estou revoltada com uma série de coisas. O tempo está horrível, o meu namorado finge que não existo, a minha melhor amiga segue o exemplo, a professora de espanhol continua com as caras do costume, estou na mesma na natação (sem progressos), o meu guarda chuva insiste em não se aguentar na luta contra a chuva. Estou chateada, e estou mesmo.

E hoje nada vai mudar isso, acordei para um mau dia, mas amanhã talvez acorde para um dia mais sorridente. Mas pelo menos tenho a certeza de estar a viver, eu existo. E olho à volta e vejo tantas almas penadas, que não merecem que lhes chamem outra coisa, se não mesmo almas penadas, que estão ali, apenas. Sem vida, sem energia, sem histórias para contar. Vivam, e existam, porque quando vocês desaparecerem, não poderão ser relembrados, porque no fundo não foram nada mais nada menos que mais uma alma penada sem vida. Será como se nunca tivessem existido.

Não vives, logo não existes.

17 November 2009

Estou possuída.

É oficial! Fui mordida pelo bichinho do amor, e foi dos mais graves. Aqueles que nos possuem todo o corpo, e nos fazem sentir explosões astronómicas no estomâgo. Eu nem consigo escrever nada de jeito, a única coisa que me vem à cabeça é o nome dele, e sinto-me estupidamente e ridiculamente apaixonada. Estou possuída pelo que sinto por ele e nada vai mudar isso do dia para a noite. Peço desculpa, mas a única coisa que vou conseguir escrever hoje mesmo é um grande AMO-TE.

PS: Agora sim, eu entendo o porquê da maneira como a Carlota fala. Ela também foi mordida.

16 November 2009

Arrependimento.

Estive a ver as nossas fotos, meu deus, como nós eramos unidas. Eu sei que não tive culpa, eu dei 200% numa relação em que a tua parte estava a 10%, tu deitas-te tudo a perder. Tu não me deste valor, mentiste-me, não confias-te o suficiente, escondeste-me coisas, magoaste-me vezes e vezes sem conta, eu não queria saber porque acima de tudo, amava-te como uma amiga verdadeira, daquelas com que podias contar para TUDO! Tu eras a minha pessoa, e eu acreditava que a tua amizade só me fazia bem, não me apercebia de como me ignoravas, eu era apenas a tua pessoa para desabafar, grande parte das vezes não querias saber do que se passava comigo, os teus problemas eram sempre mais importantes. Eu não via isso, estava cega pela nossa amizade. Chamava-te de "melhor amiga", e não sei se eras minha amiga sequer. Não sei o que foste na minha vida. Sempre te considerei tão minha amiga, e do dia para a noite, comecei a abrir os olhos, e a cansar-me de ser o teu último recurso, a última que convidavas para sair, a última que convidavas para jantar, a última que sabia das coisas, só era a primeira para te ajudar a resolver os problemas, e está na altura de pôr tudo em pratos limpos.

Eu gostava tanto de ti, e acho que acabei por me iludir, não sei quem és, ou se te conheço bem demais. Não gostei do teu outro lado que conheci, não gostei. Mas, bolas, eu gostava tanto de ti, que não queria acordar para ver o que andavas a fazer comigo. Eu também cometi os meus erros, eu sei, talvez tenha exigido demais de ti, mas parece que nunca vou saber.

Sempre que estavamos juntas, eu sentia que tinha encontrado a minha alma gémea da amizade, parecia sempre que me entendias tão bem, e identificava-me tanto. A minha amizade por ti era incondicional. Uma coisa te tenho a agradecer, depois da nossa amizade ter acabado apercebi-me que mais de metade das pessoas que me rodeavam não eram minhas amigas, eram apenas conhecidas. Comecei a separar as coisas, sabes? Devia ter feito isso antes de me ter magoado as vezes todas que magoei. Mas não estou aqui para falar disso, já falamos deste assunto vezes e vezes sem conta, e não há mesmo volta a dar. Pelos vistos não resultamos assim tão bem como pensava.

A minha questão agora é: tu mudas-te? Falas sempre comigo com uma voz de arrependimento, de quem tem saudades. Sempre que me vês parece que sentes saudades de me ter contigo, como melhor amiga, que precisas do meu apoio. Hoje vi isso nos teus olhos mais que nunca, os teus olhos pareciam cheios de um misto de raiva e arrependimento por não teres dado valor. Será que só agora é que te apercebes-te do valor da nossa amizade? Da imensidão de apoio e conselhos que te dava? Do quanto eu gostava de ti e do valor que te dava? O teu lugar já foi preenchido, e a ela tenho a certeza de poder chamar "melhor amiga". A verdade é que não me és indiferente, foi muito tempo juntas, a fazer tudo igual, tudo juntas, tudo a pensar em ti, mas tal como tu própria disses-te "nós já não somos, nem nunca vamos voltar a ser melhores amigas", e até em relação a ser amigas eu tenho dúvidas. Eu gostei muito de ti, acredita, e esse foi o meu problema.

Está a chover!

Acordei bem disposta, com uma vontade enorme de correr para a escola (o que não é usual), vontade de sorrir, mimar aqueles que mais gosto, uma vontade enorme de viver. O dia não estava muito sorridente, mas também não exprimia tristeza, pensei para comigo que me iria correr bem. Corri para a escola e respirei bem fundo, senti o cheiro a carros e agitação, ao qual já me habituei. Cheguei e reparei que as pessoas não estavam muito sorridentes, mas decidi iniciar uma missão: ESPALHAR SORRISOS! Passei o tempo a sorrir, e a tentar animar todos aqueles que passavam por mim e interagiram, com alguns resultou, com outros não. Tomei a minha refeição num café perto da minha escola com uma colega, estivemos a falar sobre o amor, continuei bem disposta.

O dia escureceu, começou a chover torrencialmente, subitamente, e como que por magia negra, a minha felicidade e energia foi como que sugada. E novamente, lá me encontrava eu na minha aula de espanhol a perguntar a mim mesma a pergunta que faço todas as aulas: "Porque é que a professora não sorri?", acho que nunca a vi expressar sequer um sinal de felicidade, e é algo que me faz muito sinceramente confusão, estou tão habituada à felicidade, e ver alguém que pura e simplesmente nunca sorri, é algo que muito sinceramente me complica com o sistema nervoso. Sabem o que é que me apetece? Abana-la e perguntar-lhe porque não sorri. Nós só temos uma vida e ela desperdiça-a com a tristeza estampada no rosto. Hoje pela primeira vez vi-a sorrir numa fracção de segundo, ela devia sorrir mais. A chuva continuava, e via a água a cair com raíva no chão, como se estivesse zangada com a terra, pensei para mim, talvez a chuva seja como a minha professora, está sempre num dia mau. Entre a chuva, reparei então, estavam a cair pedacinhos pequeninos de neve, e senti uma felicidade a crescer, o que não durou muito, pois a neve parou imediatamente, e a chuva voltou ainda com mais força. A minha professora continuava com a mesma cara, como se alguém lhe tivesse feito mal. A tristeza em mim é quase rara, eu prefiro não a mostrar, mesmo quando me sinto assim, pois na minha opinião o facto de eu estar triste só transmite más energias para quem está a minha volta, e se assim acontecer, tornamos o mundo, num sitio bastante deprimente, e não quero viver o resto da minha vida num sitio onde ninguém sorri.

Já imaginaram o mundo sem a magia de cada sorriso que observamos? Devo dizer-vos que a ideia me assusta. Vim para casa, com o meu chapéu de estampado de leopardo aberto, e a andar muito devagar, com receio de cair em alguma poça, sim, porque sou bastante desastrada, e cair numa poça não seria algo estranho vindo de mim. Cheguei a casa, e hoje não me sinto completa, não me sinto feliz, mas também não me sinto triste. Falta alguma coisa, mas não sei o que é, mas falta algo. Amanhã tenho novamente aula de espanhol, e vou tentar fazer com que a professora sorria, não quero que as suas más energias me façam ficar triste, não gosto de tristeza. Talvez amanhã não esteja a chover e ela esteja com mais disposição para finalmente começar a sorrir. Mas talvez continue a chover, e nesse caso terei de me habituar ao frio, à chuva e a todas as expressões que as pessoas fazem num dia de chuva. Uma coisa é certa, o meu sorriso não desaparece só por estar a chover!

15 November 2009

Completa.

São dias como o de hoje que me fazem sentir completa. São dias como este que me fazem ganhar vontade para voar mais alto, ultrapassar os meus objectivos, quebrar regras, e mostrar a todos que estão errados. A felicidade existe, e eu sei disso, estou acompanhada por duas das pessoas mais espectaculares que eu conheço, e eu sei que se eles continuarem do meu lado, eu vou conseguir ser realmente feliz, porque quem os tem, tem tudo. Eles apoiam-me em tudo, e mantêm-me de pés assentes na terra sempre. Sempre que eu preciso, são eles que estão lá. Eu sei que nunca nada me vai faltar se estiverem por perto, e sinto-me tão grata por os ter encontrado e por fazerem parte da minha vida. Quero mostrar-lhes todos os dias como são importantes, e se eu pudesse, dava-lhes o mundo. Eles sabem o que significam para mim, e isso chega-me, porque quando alguém se sente desvalorizado tem uma certa tendência a afastar-se, e não os quero perder. Passei toda a minha vida a pensar como seria o meu futuro, os meus amigos, familia, namorados, as minhas relações, as minhas escolhas, eu chegava a exaustão, de tanto pensar no futuro. Ficava nervosa a todos os minutos a pensar se tomaria as decisões acertadas, se conseguiria tomar o melhor proveito da vida. Hoje, vejo que aquilo de melhor que a vida tem são eles, e a maneira como eles me fazem sentir, a cada dia, cada hora, cada minuto, cada segundo, completa e segura. E eu só preciso deles para me manter de pé, a cabeça erguida e o sorriso no rosto.


Nem todos teêm a oportunidade de se sentir assim, completos, há pessoas que passam a vida inteira à procura daquilo que eu tenho. E muitos nunca chegam a sentir-se assim, morrem sem saber qual é a sensação. Pode parecer ridículo mas, por vezes, apetece-me chorar de felicidade. Isto sim é um nível de felicidade altíssimo. Talvez tenha também a ver com o meu signo, dizem que precisamos de estabilidade, daí esta sensação de extrema felicidade, com eles tenho estabilidade, e sem eles sinto-me desamparada. Eu sou desiquilibrada de natureza, e tive de aprender a equilibrar-me, sozinha, sem a ajuda de ninguém, e consegui, mas nunca me aguentei durante muito tempo, precisava de alguém que me ajudasse a manter assim, e encontrei-os. Fazem parte de mim. Hoje estou tão lamechas, meu deus, mas eu sou assim, diferente todos os dias, e é isto que me torna diferente, e que me faz ter pessoas como eles a meu lado. Mas eu hoje sinto-me assim, completa, e nada vai estragar isso. Talvez amanhã seja diferente, quem sabe, "eu sou assim, uma caixinha de surpresas". Amanhã talvez esteja mais virada para a comédia, até lá, fico assim, lamechas e tótó. Obrigado por tudo.

A saudade que mais me consome.

Lembro-me de brincar contigo, de andar de mão dada contigo pela rua. Lembro-me de te dar o biberon, e de quando te rias quando fazia aquelas caras de pateta, que todos fazem para animar os bebés. Lembro-me de sorrires para mim e dizeres "gosto muito de ti maninha", e de te responder com um abraço de carinho. Lembro-me de que cada vez que chegava a hora de despedida te agarrares a mim e pedires-me para não ir embora. Lembro-me de ver os teus olhos brilhar de tal forma, que me faziam querer ficar para sempre a teu lado. Lembro-me de que cada vez que me ligavas chorava com saudades.

Continuo sem perceber o porquê, o porquê da vida nos ter separado, de não podermos estar juntos, de não te poder ver todos os dias. Não consigo lidar bem com este sofrimento, tu és meu irmão, e a sensação de não te ter por perto, e saber que estás a sofrer pela minha falta, consome-me, a cada minuto que passa. Estou a desvanescer-me e a culpa não é tua, nem minha, a culpa é da forma como as coisas aconteceram.

Há tantas coisas que eu preciso que saibas, eu nunca te disse "amo-te", embora seja aquilo que sinto, há tantas palavras por sair da minha boca, e do meu coração. Tenho dentro de mim uma revolta que me faz querer voltar atrás e mudar tudo, só para poder estar junto de ti. Eu sinto tanto a tua falta, e acho que não tens a noção disso, e eu não quero que vivas nesse medo, de a tua própria irmã não querer saber de ti, porque eu quero, e mais do que todos pensam. Passo meses sem te ver, e cada vez que penso em ti, sinto um aperto no coração tão grande, por não te ter ao meu lado. Eu preciso de ti.

Eu estou a perder a tua vida, perder os momentos mais importantes da tua vida, e tenho tanto receio que esta minha ausência se torne em desprezo da tua parte para comigo. Eu não conseguiria viver com essa dor, a dor do arrependimento de nunca te ter dito tanta coisa que deverias saber, e que vais precisar para a tua vida, não quero que nada de mal te aconteça. Tu és o meu pequenino, independentemente de tudo e eu preocupo-me tanto contigo, e sei que por mais que eu tente, e por mais tempo que passe sem te ver, tu não vais sair do meu coração. Sangue do meu sangue, és vida em mim, e fazes-me querer mudar o mundo, dás-me força para lutar contra tantas coisas, e acredita que penso em ti, em cada decisão que tomo.

E um dos piores e mais angustiantes momentos da minha vida foi quando me olhas-te, com olhos de desespero, e me pedis-te "tira-me daqui", eu senti-me tão revoltada, por saber que está a sofrer e que não posso fazer nada para mudar isso, as pessoas fazem-te mal todos os dias, e eu tenho de assistir a tudo sem puder intervir. É a saudade que mais me consome, a revolta que mais me mata, e o sentimento que mais persiste. Eu amo-te para sempre.

13 November 2009

Sinto a tua falta.

Tu estiveste aqui, eu sei disso. Eu senti-te, eu vi-te, os teus lábios tocaram os meus. A palavra "amo-te" viajou entre as nossas bocas, o sentimento fluiu. As tuas mãos aqueceram as minhas, e os teus olhos reconfortaram o meu coração. Eu não me senti sozinha, isso nunca acontece quando estou contigo, tu não o permites. Quando tu estás, os meus olhos cintilam e olham-te como uma pedra preciosa, olham-te de tal forma que consegues entender aquilo que te quero transmitir mas a minha linguagem não o permite. Entendes o que sinto, mas o meu coração não me deixa arriscar. Estou partida, partida como uma jarra que já foi atirada ao chão muitas vezes. Eu quero mostrar-te aquilo que sinto, mas tu já o sabes. Eu não sinto a necessidade de te o dizer, mas sinto ao mesmo tempo, porque tu precisas de saber o que te digo, precisas de saber que é verdadeiro, e não se trata apenas de um brilho nos meus olhos, és TU!


Quando tu estás eu sinto-me tão poderosa e tão segura ao mesmo tempo. Os teus braços a minha volta acalmam-me e fazem-me sentir uma paz interior tão grande, que suspiro de felicidade por te ter comigo. Tu estás lá, e isso conta. Aliás, quando tu estás a única coisa que importa realmente és tu, nós e a nossa união. Quero, preciso e tenho de sentir este calor de emoções todos os dias, contigo, permite-me. Não quero ficar sozinha outra vez, não sem ti, pois por mais multidões que tenha a minha volta se tu não estás, eu estou sozinha. A tua presença é tão única, e sinto-me tão sortuda por ter sido a escolhida, a quem decidis-te dizer aquela palavra que me dá a volta à barriga, contraria a gravidade e me faz voar, uma palavra tantas vezes utilizada em vão, mas quando dita por ti faz mais sentido que nunca. Se eu perdesse essa palavra, e todo o carinho, compaixão e companheirismo que ela traz consigo, eu faria ainda menos sentido.


Eu não faço sentido, mas quando tu estás por perto, tudo é diferente, eu começo a ganhar cor, e a fazer sentido. As minhas palavras fluem, e eu consigo entender-me, não totalmente pois isso tiraria toda a piada e a vontade de pensar, mas começo a perceber-me e a descobrir realmente quem sou. Tu ajudas-me cada dia a descobrir quem sou, e o meu sentido, o sentido pelo qual falo como falo, actuo como actuo, escrevo como escrevo, olho como olho, sinto como sinto, tu fazes-me entender a essência do meu ser, e do profundo, de coisas que eu não sabia existirem, e que fazem e sempre fizeram parte de mim. Eu sinto a tua falta, quando não estás, por mais reduzido que o momento seja, para mim irá sempre parecer que não te tenho, e nessas alturas já não me sinto tão segura. Os momentos não passam, o "amo-te" não está lá, as minhas mãos estão frias por causa da tua ausência, o meu olhar não está a brilhar, os meus lábios sentem a tua falta, e o meu coração precisa de ti.


Sinto a tua falta quando não estás, um excesso de insegurança consome-me, e tenho medo que a minha jarra caia novamente, não quero estar partida novamente, quero manter-me inteira, internamente, e se me permitires, contigo a meu lado. Preciso de sentir a falta da gravidade que me invade quando te oiço a dizer com uma voz doce ao meu ouvido, a palavra que me aquece o coração, com o sentimento que requer. Não quero sentir a tua falta, não quero ser partida novamente, não quero sentir-me insegura, não quero ter as mãos frias, nem perder o brilho dos meus olhos. Quero-te aqui.