04 December 2009

Quero pintar o céu da cor que eu quiser!


Eu não entendo a minha vida, o porquê do meu dia-a-dia, o porquê de todas estas perguntas e mais perguntas, o porquê de aqueles que me deveriam fazer mais feliz me tirarem vontade de viver, o porquê do céu ser azul, o porquê da chuva cair sempre que lhe apetece, o porquê do arco-íris ter vontade própria. Há coisas que eu não entendo, nem nunca vou entender. Mas a verdade é que eu posso e DEVO mudar as coisas para como eu gosto, porque esta é a minha vida, e não a deste ou daquele, tal como a tenho vivido, como se a minha vida pertence-se a alguém que não eu, e eu fosse apenas o corpo mensageiro.

Eu não me quero sentir assim, só mais uma alma para este corpo, eu tenho de fazer parte, de dar os meus próprios passos, aprender por mim mesma. Eu sinto-me infeliz por estar presa num corpo que pelos vistos não controlo, não me pertence e não me deixa viver. E a minha alma cede a todas as outras almas, e eu nunca vivo quando, como ou porque quero. Eu sou controlada, e assim foi toda a minha vida, embora não devesse ser assim. Eu preciso de tomar as minhas decisões, avançar com o meu pensamento, cair por minha própria escolha. Eu sinto que preciso de bater com a cabeça para crescer, e NINGUÉM me deixa crescer, as outras almas apoderam-se do meu corpo de tal maneira que eu mesmo quando me apetece chorar, não consigo, porque não me permitem.

Elas tentam impedir-me de cair em erro, mas aquilo que estão a tentar fazer-me é tão mas tão pior. Eu não nasci para ser controlada desta maneira. Eu deveria ser um ser livre, e sinto-me tudo menos livre. O que é que fiz demais para me terem imposto tais limites? Eu tento fazer sempre o correcto, mas ao que parece acabo sempre por cair em erro, e quando quero tentar novamente sou impedida. As pessoas, TODOS os seres humanos precisam de oportunidades, eu que o diga, já dei tantas mas tantas oportunidades a pessoas que não mereciam metade.

Eu quero poder escrever o MEU dia-a-dia e não o de outra pessoa. Eu quero entender o porquê das MINHAS perguntas, que são minhas de natureza e não do meu corpo. Quero que os MEUS mais especiais me façam feliz e me façam ganhar força para viver com a minha alma. Quero poder pintar o céu de cor-de-rosa, verde, castanho, laranja, da cor que eu quiser e bem me apetecer. Impedir a chuva nos dias em que acho que não estou destinada a chorar. E acima de tudo quero ganhar vontade PRÓPRIA como o arco-íris.

Eu sou um animal selvagem, uma leoa com vontade de lutar na vida, mas estou presa numa jaula. Sou uma borboleta, pronta para voar, mas cortaram-me as asas. Eu tenho uma alma com garra, mas estou presa num corpo perdido. Eu preciso de sair, lutar, gritar, viver, sorrir, correr, chorar, agarrar, tocar, sentir, bater com a cabeça, mexer-me, andar, olhar, venerar, conhecer, eu preciso de sentir que o meu corpo e a minha vida me pertencem.

Todos nós temos de ter essa oportunidade de pintar o nosso próprio céu, o cenário da nossa vida. Não quero mais ninguém, a não ser eu, a pintar o meu cenário. E se eu desenhar mal, eu pinto por cima, e tento remediar. Não quero mais deixar outras pessoas desenhar todo o papel de parede, preciso de algum para mim. Afinal é a minha vida.

Life is only one. Live it good, or let it burn.

02 December 2009

Quem sou eu?

Quem sou eu? Só eu sei responder, e mesmo assim por vezes tenho dificuldade. Sou uma inconstante, a incerteza do momento, o desconhecido. Sou a euforia do momento, e o medo no escuro. Sou a incógnita de todos os que me conhecem. Sou o sorriso mais brilhante, e a lágrima mais triste. Sou o oposto de mim mesma, e a minha alma gémea. Sou a loucura, o momento mais louco da minha vida, e o mais apaixonado. Sou o tudo e o nada. O momento no segundo. Sou aquilo que poucos conhecem, e que ninguém conhecerá totalmente. Sou a falta de paciência e toda a atenção do mundo junta. Sou a paixão, carinho e amor culminado, e o ódio, raiva e nojo juntos. Odeio e amo. Eu sou o olhar mais brilhante e a sombra mais escura. Sou a pior criminosa e a melhor amiga. Cometo crimes por amor, e vivo sem medo do amanhã. Sorrio, quando preciso e quando não quero. Choro sempre que quero, sou sensível e sou de ferro. Tremo com discussões e sou a mais forte oponente. Sou a melhor amiga e a pior inimiga. Sou vingativa e não quero guerras. Sou brincalhona e o mais sério dos seres. Canto e grito. Corro e deito-me. Eu sou...

Quem sou eu? A pergunta mais complicada, que mexe comigo todos e cada dia. Pergunto-me, quem sou? Sou tudo isto. Sou uma variedade descomunal de coisas intermináveis e infínitas. Sou a vida e a morte. O movimento e a pausa. A alegria e a tristeza. A existência e a falta de. A saudade e a falta de capacidade para suportar. Eu sou cada grito ouvido ao longe, vindo da terra do nunca, do lugar das princesas e dos monstros. Um lugar sem compreensão tal como eu.

Eu sou... a eterna incógnita.