14 January 2010

A minha palavra.


Pergunto-me onde foi a minha felicidade, a minha tão esperada e querida felicidade, aquela pela qual sempre ansiei, aquele sentimento que todos procuram encontrar na sua vida. Não sei onde foi, a verdade é que não sei onde foi. Eu procurei, eu limpei as lágrimas e sorri, sorri e chamei-a: "felicidade, onde estás? Eu preciso de ti, os olhos já me ardem de tanto chorar", a verdade é que ela não apareceu, e penso que levou a minha credibilidade com ela. Eu esforço-me, esforço-me por continuar de cabeça erguida, seguir com a minha vida, e ninguém acredita que eu me estou a esforçar. Tudo o que lhes digo não é ouvido, entra por um ouvido e saí pelo outro, não acreditam no que digo, no que me esforço.

E eu continuo a gritar, a chamar por ela, a voz já começa a falhar-me, talvez seja porque já nem ela própria tem confiança em si mesma. De que é que me serve? De que me serve a minha palavra, se os sons emitidos pelos meu lábios são mudos para quem me tem de ouvir? Não estou afónica, e no entanto não me consigo ouvir. Os meus pensamentos estão enrolados, numa cadeia sem fim, e eu não consigo dormir, porque o meu pensamento não pára. E tudo isto e muito mais é tão mas tão exaustivo. Eu chego ao fim do dia na esperança de conseguir descansar a minha mente, e não pára, está em trabalho constante, é um exagero. Deveria ter um botão para desligar quando não quisesse mais pensar, eu preciso de parar, parar agora, e ter tempo para procurar a minha felicidade.

Quero-a de volta! E quero-a já, ouviram? Não me tirem o que é meu, devolvam-me a minha voz e credibilidade, não sou fã de mentiras, tudo o que digo é verdade. Parem, mas parem imediatamente, nada meu vos pertence, e não têm o direito de me retirar o que quer que seja. Acabou, estou farta, farta de me deixar ir. Eu tenho de parar, de pensar, de chorar, de parar de chorar, de ganhar forças e acima de tudo de continuar a procurar a minha felicidade.

Continuam sem me ouvir? É porque não o querem fazer. E PARA TODOS ESSES QUE NÃO ME QUEREM OUVIR, um resto de uma boa vida. Jamais voltarão a ouvir palavras de explicação da minha boca, porquê esforçar-me por algo que nunca vou conseguir atingir? Para quê falar? Para quê gastar aquilo que ainda resta da minha voz? Para quê desperdiçar tudo isto com alguém que não me quer ouvir? Não o faço mais, vos garanto. Não me querem ouvir? Tudo bem. A questão aqui é, eu falei, eu exprimi-me, eu expressei o que sentia, eu disse tudo, e vocês não me quiseram ouvir. Talvez quando vocês estiverem então interessados em ouvir-me talvez seja tarde de mais. Talvez nessa altura tenha aprendido a apenas falar para aqueles que me estão a ouvir, para aqueles que ouvem a minha voz por mais fraca que esta seja.

E quando eu deixar de querer falar para vocês, não me voltam a ter, vos garanto. Por isso é bom que me devolvam a minha voz, a minha felicidade, a minha credibilidade, e tudo aquilo que me pertence. Contentem-se com o que e vosso.

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