13 June 2011

Desculpa a forma como te tratei.

Desculpa pela forma como te tratei. Desculpa todos os anos que te ignorei, que te desprezei, que te mandei abaixo, que te chamei nomes. Todos os momentos em que te bati, todos os momentos em que odiei, e que desejei que desaparecesses. Todos os momentos em que gritei contigo, e disse que te odiava. Todos os momentos em que jurei que tinhas arruinado a minha vida. Desculpa. Desculpa por ter sido tão cruel contigo, por te ter feito sentires-te mal, caíres no chão sem o meu apoio, sem que te ajudasse... Não te dei apoio, desculpa. Desculpa por tudo. Pela forma como não fui o que deveria ter sido. Mas prometo que a partir de agora tudo será diferente.
Aprendi a amar-te, aprendi a aceitar-te, a não te tratar mal, e a perceber que a única razão pela qual te sentias mal, e por vezes ainda te sentes, era apenas eu. Fui horrível, portei-me mal. EU SEI, não posso voltar atrás, não te posso tratar bem desde sempre. O passado é isso mesmo, o passado. Não é algo que se possa mudar. Eu fiz-te mal, tanto mal. Mas volta, preciso de sentir que estás bem, completamente bem. Volta para mim, prometo que desta vez me vou portar bem.
Como é que te pude tratar tão mal? Logo tu, que és tão meu. Eu bati-te, arranhei-te, disse-te que eras a pior coisa na minha vida, que se não fosses tu, eu estaria tão mas tão bem. E quando abri os olhos, já tinhas perdido o controlo. Já estavas completamente fora do meu controlo, e não havia palavra alguma que te fizesse voltar, a ser meu, como antes. Como éramos, como me fazias sentir, tão bem. Mas eu tratei-te mal, e agora aqui estou a pagar o meu castigo.
Agora tenho-te tratado bem, e tu sabes. Cada vez melhor. Quero que te voltes a sentir bem, entendes? Não te quero nervoso, nem fraco. Não quero que voltes a passar fome, como tanta vez te fiz passar, nem que te sintas mal por te obrigar a comer tudo aquilo que me apeteceu pôr em ti. TU tens uma forma, és um ser, mesmo que em mim. Desculpa, corpo. Desculpa a forma como te tratei.

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