21 June 2011

Perfeccionismo, vai embora. Perdoa-me.

Deixa-me escrever debaixo das estrelas, mesmo que estas não apareçam. Agora, posso ser eu, posso ser quem eu quiser. Por momentos (estes tão curtos e preciosos), posso esquecer tudo aquilo que me atormenta, e absorver-me em pensamentos mais positivos.
A noite é tão clara e ao mesmo tempo tão incerta. Mas é neste momento que me sinto mais aliviada de tudo o que é mau, de tudo o que odeio, tudo o que me
perturba o sono, e me dá pesadelos. São estes momentos simples e curtos, em que me sento na janela a escrever, e sinto o fresco convidativo da noite, vejo um gato vadio a passar, uma folha a voar, e o vento assobiar que me fazem sentir digna desta vida.
Mas ao mesmo tempo tenho tantos sonhos e tantas expectativas. E por isso agarro-me
com todas as forças à vida... É a única que tenho. Acredito na reencarnação, mas e se não existe? Nada viverei, à espera de esta outra vida para fazer tudo certo. Este perfeccionismo que me mata, que me faz querer voltar atrás, vezes e vezes sem conta, por querer fazer sempre tudo do modo certo.
Acabo por me prender a mim, sem qualquer hipótese de soltura, excepto isto:
pequenas pausas. O gato, o vento, o fresco, o ar na minha face... Quase como um novo começo, mas não é.
Peço desculpa ao rapaz a quem parti o coração, desculpa à amiga a quem fugi quando precisava de mim, ao familiar que não entendi no momento certo, ao arrependido que não perdoei, ao apaixonado que ignorei, à pessoa que mais magoei, ao rapaz que não respeitei, à pessoa que mais amei. E por mais pedidos de desculpa, não me perdoo. Quero fazer tudo certo, ou
perdoar-me.

Quem sabe essa outra vida não existe mesmo, e quem sabe eu posso começar de novo, e gostar de mim. Como sempre sonhei.

2 comments:

Debora said...

Está brutal :)

Debora said...

Está brutal :)
Adorei