06 February 2010

Abstracto ou concreto?

Quando estamos na presença de amor verdadeiro não o vemos, não lhe conseguimos tocar, e por vezes não temos sequer certeza da sua existência. É para nós algo abstracto. Entregamo-nos aquilo a que gostaríamos de poder chamar amor, e ter a certeza daquilo que estamos a falar. Entregamo-nos de alma, espírito e coração. E enquanto nos encontramos nesse estado de entrega não nos apercebemos do significado daquilo que é realmente o tão falado amor.

Quando acaba é como se nos arrancassem o coração, e tudo aquilo para que tínhamos trabalho, e aquilo que tínhamos construído morre. Sentimos uma faca a penetrar o nosso peito, vezes sem conta, corta-nos a respiração, e sentimo-nos, como se alguém estive a apertar o nosso pescoço, na tentativa de acabar com a nossa vida. O nosso sistema nervoso dispara como uma bala acabada de sair da pistola. Aquilo que sentimos torna-se concreto, conseguimos senti-lo a ao olhar para a nossa imagem reflectida no espelho apercebemo-nos que aquilo que sentimos, faz parte daquilo que sentíamos e não conseguíamos definir. O nosso corpo sente tudo na pele, e sente-se revoltado por ter dedicado tanto tempo a um amor que terminou de uma forma tão ridícula, pois qualquer amor verdadeiro não termina do dia para a noite, pelo menos o amor verdadeiro.

A dor aumenta quando nos apercebermos de que aquilo que sentimos afinal talvez não tenha sido assim tão correspondido. Aumenta de tal forma que não aguentamos estar vivos, e a nossa única vontade é terminar com o sofrimento, com a vida. A verdade é que essa dor nos faz sentir de tal maneira vivos, mas da pior maneira.

Não fiques sentado/a à espera da tua ruína. Luta, luta por aquilo que amas, luta por aquilo que te faz sentir vivo/a da melhor maneira, aquilo que enquanto se mantêm abstracto só te traz felicidade e te enche o peito de ar como nunca o sentiste. Não te deixes abater, não te tornes covarde. Age, reage, actua. Se depois da luta, não alcançares os teus objectivos, encontra outra felicidade, uma que te faça sorrir da mesma maneira, e que te faça feliz. E depois, depois senta-te, respira, e sê feliz!

No comments: