13 November 2009

Sinto a tua falta.

Tu estiveste aqui, eu sei disso. Eu senti-te, eu vi-te, os teus lábios tocaram os meus. A palavra "amo-te" viajou entre as nossas bocas, o sentimento fluiu. As tuas mãos aqueceram as minhas, e os teus olhos reconfortaram o meu coração. Eu não me senti sozinha, isso nunca acontece quando estou contigo, tu não o permites. Quando tu estás, os meus olhos cintilam e olham-te como uma pedra preciosa, olham-te de tal forma que consegues entender aquilo que te quero transmitir mas a minha linguagem não o permite. Entendes o que sinto, mas o meu coração não me deixa arriscar. Estou partida, partida como uma jarra que já foi atirada ao chão muitas vezes. Eu quero mostrar-te aquilo que sinto, mas tu já o sabes. Eu não sinto a necessidade de te o dizer, mas sinto ao mesmo tempo, porque tu precisas de saber o que te digo, precisas de saber que é verdadeiro, e não se trata apenas de um brilho nos meus olhos, és TU!


Quando tu estás eu sinto-me tão poderosa e tão segura ao mesmo tempo. Os teus braços a minha volta acalmam-me e fazem-me sentir uma paz interior tão grande, que suspiro de felicidade por te ter comigo. Tu estás lá, e isso conta. Aliás, quando tu estás a única coisa que importa realmente és tu, nós e a nossa união. Quero, preciso e tenho de sentir este calor de emoções todos os dias, contigo, permite-me. Não quero ficar sozinha outra vez, não sem ti, pois por mais multidões que tenha a minha volta se tu não estás, eu estou sozinha. A tua presença é tão única, e sinto-me tão sortuda por ter sido a escolhida, a quem decidis-te dizer aquela palavra que me dá a volta à barriga, contraria a gravidade e me faz voar, uma palavra tantas vezes utilizada em vão, mas quando dita por ti faz mais sentido que nunca. Se eu perdesse essa palavra, e todo o carinho, compaixão e companheirismo que ela traz consigo, eu faria ainda menos sentido.


Eu não faço sentido, mas quando tu estás por perto, tudo é diferente, eu começo a ganhar cor, e a fazer sentido. As minhas palavras fluem, e eu consigo entender-me, não totalmente pois isso tiraria toda a piada e a vontade de pensar, mas começo a perceber-me e a descobrir realmente quem sou. Tu ajudas-me cada dia a descobrir quem sou, e o meu sentido, o sentido pelo qual falo como falo, actuo como actuo, escrevo como escrevo, olho como olho, sinto como sinto, tu fazes-me entender a essência do meu ser, e do profundo, de coisas que eu não sabia existirem, e que fazem e sempre fizeram parte de mim. Eu sinto a tua falta, quando não estás, por mais reduzido que o momento seja, para mim irá sempre parecer que não te tenho, e nessas alturas já não me sinto tão segura. Os momentos não passam, o "amo-te" não está lá, as minhas mãos estão frias por causa da tua ausência, o meu olhar não está a brilhar, os meus lábios sentem a tua falta, e o meu coração precisa de ti.


Sinto a tua falta quando não estás, um excesso de insegurança consome-me, e tenho medo que a minha jarra caia novamente, não quero estar partida novamente, quero manter-me inteira, internamente, e se me permitires, contigo a meu lado. Preciso de sentir a falta da gravidade que me invade quando te oiço a dizer com uma voz doce ao meu ouvido, a palavra que me aquece o coração, com o sentimento que requer. Não quero sentir a tua falta, não quero ser partida novamente, não quero sentir-me insegura, não quero ter as mãos frias, nem perder o brilho dos meus olhos. Quero-te aqui.