06 April 2010

Quero-me de volta...

Todos os dias acordo de manhã, e vejo-me ao espelho. Em quem eu me tornei eu não sei, só sei que tenho saudades do meu antigo "eu". O eu que amava tudo na vida, o eu que conseguia amar e ser amada sem desconfiar, que passava cada dia a admirar todos os pormenores bons das pessoas, e não à procura dos maus. Todos os dias de manhã eu acordo, e vejo-me ao espelho, e a tua imagem aparece na minha cabeça, a recordar-me quem eu outrora fui. Penso para mim própria, na estupidez de tal coisa, já passaram anos, e tu continuas aqui, como que uma assombração a lembrar-me de como eu era, e a mostrar-me em quem me tornei. Não gosto do meu novo "eu", não me conheço, e daí tantas dúvidas na minha cabeça. Mas só a tua imagem me fez entender isto...
Como é que é possível que depois de tantos tempo ainda te preocupes comigo? Porque éramos diferentes, porque EU era diferente. E agora a única coisa que me resta é esta vontade de chorar que me consome. E todos me perguntam: "Porque choras?", e eu respondo: "Porque sinto saudades de mim própria".
Gostava de poder voltar a trás e fazer tudo de novo, talvez hoje as coisas fossem diferentes, e em vez de estar a escrever textos sobre a minha falsa de crença no amor, estaria a falar em como o amor afectou a minha vida, e me fazia sentir feliz todos os dias, de como me sentia bem, e de como tinha tudo bem claro na minha cabeça. Mas não é o caso, e todos os dias, quando me levanto e me olho ao espelho me lembro de quem fui, de quem gostava de ser.
E por isto digo: QUERO-ME DE VOLTA! Não me quero importar com pessoas sem importância, e dar valor a pessoas que não mo dão. O passado fica no passado, mas é deste passado que tenho tantas saudades. E quando não se está feliz com o presente como eu, mais vale viver no passado, e reviver os momentos em que gostava da pessoa que era. Estou cada vez mais fria, mais desconfiada, e acima de tudo, cada vez mais incapaz de amar. Se amei depois de ti, é uma coisa da qual começo a duvidar. As relações mudam-nos, e tu mudaste-me. Se nada disto tivesse acontecido, talvez as coisas fossem diferentes.

Aqui está a explicação do endereço do blog, eu não faço sentido nenhum porque não me conheço.

PS: Este texto não fala sobre o João Lima, que fique bem claro.

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