22 February 2011

História de amor contada na primeira pessoa.


Prometi a mim mesma, ainda me lembro. Não me voltar a apaixonar, pelo menos nos próximos anos. Depois de ter saído tão magoada e triste da minha última tentativa de ser feliz, tornei-me fria. Quando finalmente fiquei bem, prometi a mim mesma "não me vou voltar a apaixonar, não desta maneira". Senti-me tão magoada, tão traída. Senti que o meu esforço tinha sido em vão. E durante meses, aqui andei eu perdida, nisto a que chamam terra. Nem sabia o significado de cá estar para ser muito sincera. Deixei de acreditar no amor, deixei que acreditar no carinho, nos "amo-te", nas cenas românticas dos filmes. Sempre pensei para comigo "porque é que todos os filmes românticos têm finais felizes? A realidade não é esta". Nunca antes tinha tido uma relação estável, uma relação em que me sentisse 100% segura, uma relação em quem conseguisse confiar no "amo-te". E depois de todas as vezes em que parti o coração, desisti.
Até que... Um dia, aparecendo não se sabe bem de onde, apareceu um
rapaz. Não tinha nada de especial, aparentemente. Apareceu com o seu caderno na mão, pernas a tremer, com o maior dos medos em falar comigo. Para minha surpresa pediu-me um autógrafo. Céptica em relação ao amor como estava, comecei a rir-me. E não reparei sequer no brilho dos olhos dele; não era algo que procurasse, nem queria que me encontrasse. Estava farta; farta de sofrer, de ser maltratada, mal amada. Cansada. Cansada de acreditar numa coisa que só me tinha dado provas de não existir. Eu tinha dado de mim tudo, a esse tão chamado amor, e achei-me tão idiota quando fui desiludida (vezes e vezes sem conta).
Os dias passaram, desde aquele dia em que ele reparou em mim, e eu continuava em negação. Não quis dar o braço a torcer. Mas inconscientemente ou não comecei a procurar por ele, arranjar uma forma de falar com ele, de alguma maneira soube que tinha de ir, que era algo bom. Embora o meu sexto sentido não seja o melhor. Comecei a falar com esse rapaz... Inicialmente, t
ive a pior impressão de sempre, ou talvez por ainda estar tão magoada. Não queria ser magoada outra vez; não queria. Ele apareceu assim, sem vestimenta de príncipe, sem o cavalo branco, pensei "de certeza não é". Afundei-me nessa obsessão de não me apaixonar (e quanto mais queremos evitar algo, mais essa questão insiste em ser forçada), e quando dei por mim, lá estava eu; a gostar dele.


Primeiro pensamento "não sejas idiota, é igual aos outros, de certeza". E continuei. A trata-lo mal, a afasta-lo, a contar-lhe tudo o que (eu) tinha de mau em mim. Vícios; dramas; passado; mágoa. E para minha surpresa: ficou. Pensei imediatamente que ele era doido, e não sabia no que se estava a tentar meter. Tentei afasta-lo vezes e vezes sem conta (mas a tentar ao mesmo tempo faze-lo ficar, porque no fundo, eu sabia, gostava dele). Ele tinha algo de especial. No início afundado no seu silêncio. Afundado nele próprio, ou a pensar em mim talvez, nunca cheguei a saber. Também nunca me importou muito, estava tão concentrada naquele brilho, naquela paz, naquilo que nunca tinha sentido. Ele transmitia-me tanta paz, só queria estar mais e mais com ele. Começamos a estar mais vezes juntos, a mandar mais mensagens um ao outro, a tentar sempre e sempre mais falar um com o outro, estar mais. Sempre mais, e mais. Apaixonei-me. Não sou nenhum monstro, e apesar de ter sido magoada, decidi dar uma nova oportunidade ao amor. Ele era tão... tão meu amigo, e tão amoroso ao mesmo tempo. Fazia-me querer ser dele, estar nos braços dele, e ficar ali para sempre. Porque ali sim, eu sentia-me tão mas tão bem, e aquela paz, nem vou falar da paz interna que sentia. Parecia que tinha sido feita para estar ali, nos braços dele. Senti-me sempre tão bem perto dele; deixei de ver tudo a minha volta.
Eventualmente chegou o dia, em que ele, o meu príncipe sem vestimenta e cavalo, (sempre com as pernas a tremer) me beijou. Senti as famosas borboletas no estômago. Eu sabia: estava apaixonada. Aquilo que tinha prometido não fazer. Mas sabia tão bem, e não como as outras vezes. Tudo correu bem, mas no início corre sempre; esperei. Nunca, mas nunca me senti não completa, tão feliz. O rapaz que conheci, é hoje o meu namorado, aquele rapaz a quem não liguei nenhuma, que não achei especial. É hoje o rapaz mais especial que conheci na minha vida. O rapaz que mais feliz me fez, e continua a falar. Já lá vão quase quatro meses, e não há incertezas. Eu quero ficar com ele. Não quero mais ninguém, não vejo mais ninguém à frente, é a única pessoa que importa. É por ele que todos os dias de manhã me levanto, é a ele que quero beijar mal chego à escola, é com ele que quero viver, é do abraço dele que preciso quando estou triste. Tudo o que estou a escrever, é verdade. Nunca amei tanto ninguém, nunca me senti tão confortável nos braços de alguém, e nunca tive tanta certeza de que estava com a pessoa certa. Agora, eu sei que o amor existe, o amor verdadeiro. O amor dos filmes românticos, e dos livros. Agora eu sei que tudo o que vi e li, não é só uma invenção de artista. Agora sim.

Estou tão feliz, meu amor. Fazes de mim a pessoa mais feliz neste mundo, e no outro. Nunca deixes de o fazer, nunca deixes de ser quem és. É por ti que vivo, é por ti que contínuo. Obrigada por tudo, fizeste-me crescer e ajudaste-me quando muitos teriam fugido. Só te posso dizer: Amo-te com a vida.

Promete que ficas para sempre.

1 comment:

Diogo said...

Eu prometo, fico para sempre @