07 May 2010

A carta que eu nunca te escrevi.

Magoaste-me desde que me lembro. Os momentos felizes de que me lembro são tão poucos. Alguma vez pensaste em mim, em tudo aquilo que fazias? Tinhas a obrigação de me tratar bem e me proteger acima de toda a gente neste mundo, mas ao contrário do que devias trataste-me como lixo. E acredita, eu não vivo bem com isso. Claro que te quero dar mais uma oportunidade, mas tu não a mereces. Não mereces nada, apenas aquilo que te dou, desprezo. Estragaste a minha infância e tudo aquilo de que me lembro são momentos de choro constantes graças a palavras usadas por ti em vão, só para me magoar. Quem não sabe da história diz que sou má. Mas bolas! Tu não mereces que te trate de outra forma. Tenho vergonha de te chamar mãe. Odeio-te cada dia mais. Eu idolatrava-te como a mais ninguém, era um exagero de amor, e dava-te tantas mas tantas oportunidades e tu nunca as aproveitaste. Agora rastejas a meus pés e imploras que te dê a mão, mas eu não quero. Perdeste as fases mais importantes da minha vida, e por mais mal que me fizesses achavas sempre ser a melhor mãe do mundo. A verdade é que não és.
Quando penso em ti, a única coisa que sinto é raiva. Partiste-me o coração, e isto começou desde pequena. Eu não te conheço, tu és um bicho, não tens sentimentos, não tens amor por ninguém, sem ser por ti própria. E sinceramente até em relação a isso tenho dúvidas, porque se te amasses não te humilhavas como humilhas. A tua vida é um diário de erros. Os teus actos heróicos são as notas que aparecem nas letras mais pequenas do diário. Foram tão poucos os momentos em que me fizeste sorrir. E quando o fizeste, arrancaste-me o coração tão repentinamente. Acho que não sabes ao certo como me fazes sentir, porque se soubesses não continuavas a implorar-me por uma nova oportunidade. Mete na tua cabeça, eu não te quero ver. Tu destruíste a minha vida, e muitos dos erros que cometi foram culpa tua. Outrora tiraste-me a vontade de viver, mas graças a Deus tive quem me abrisse os olhos para me mostrar que nem isso vales. Tu metes-me nojo, e a tua imagem enerva-me de uma maneira tão potente. A única coisa que tenho pena é do meu pequeno irmão que está metido no meio dessa lixeira e confusão que é a tua vida. Ele tem tanto potencial, e a tua presença está a trava-lo.
Quando é que cresces? Eu sou tão nova e já sou mais madura que tu. A tua maneira de pensar é tão infantil. Só te vês a ti à frente e fazes tudo com tanta maldade. Não é verdade? E o pior é que por mais que admitas os teus erros, voltas sempre a repetir o mesmo. Não quero os teus pedidos de desculpa, estou farta. Os teus "amo-te" não me interessam, não me fazem falta. Quero que desapareças da minha vida, tal como já te pedi mais de mil vezes. Mas pareces não entender aquilo que te peço. Por favor, se me amas como dizes, deixa-me viver, e deixa-me em paz. Eu não te suporto. És o meu protótipo de como as pessoas não devem ser, e sinto-me ofendida quando me comparam a ti. És um monstro, e acredita que esta imagem não foi construída por mais ninguém sem ser por ti mesma, e pelas tuas atitudes de adolescente inconsciente.
Dizem que tenho de aceitar porque és minha mãe. Mãe não é só a que engravida, mas sim a que toma conta, e cria. Tu não fizeste nada. Fazes-te de vítima e inventas histórias a toda a hora, e esperas que acredite. Eu não confio em ti e nunca voltarei a acreditar. Amava poder dizer-te tudo isto frente a frente, olhos nos olhos, mas não consigo sequer estar ao pé de ti. Tu abandonaste-me, mentiste-me, enganaste-me, insultaste-me, e acima de tudo traíste-me. Uma mãe ama, não magoa. Tu não és uma mãe, não és nada, e sinceramente não sei o que é que andas aqui a fazer. Quando mais depressa desapareceres da minha vida melhor. Também me dizem que tudo o que digo é apenas produto de raiva, mas acredita que, o que quero mais é ver-te fora de mim, da minha mente, da minha cabeça, do meu pensamento. Quero voltar a conseguir confiar nas pessoas como confiava, e parar de achar que todos são como tu, e só me vão magoar.
Faz um favor a toda a gente, e desaparece. Eu ODEIO-TE, e sinto-o mesmo. Ódio, ódio e mais ódio. Estás contente com aquilo em que me tornaste? Espero que estejas, visto que este era o teu objectivo de vida. Esta é a carta que eu nunca te escrevi, mas merecias. NUNCA MAIS A TEU LADO.

1 comment:

Debora said...

Está forte , tens varios sentimentos juntos ..mas um descasse mais completamente ..
Queridaa nao me conheces por completo mas se precisares <3